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sábado, 13 de outubro de 2012

Por que tantos casais se separam?



Porque podem. Em outros tempos a separação era um horror, uma condenação financeira e moral para quem dela lançasse mão. A mulher desquitada, e sou filho e neto de mulheres desquitadas, eram estigmatizadas. Os homens podiam perder quase que totalmente o contato e, claro, a intimidade com os filhos, além do patrimônio, quando “deixava” a casa. Hoje a casa é dos dois, o dinheiro é dos dois e há, no Brasil, mais lares de separados do que de casados. Há, também, mais lares onde a mulher é o provedor. É um novo tempo e os casamentos não duram mais do que deveriam durar.

Resta saber se duram menos do que poderiam! Claro que arrastar um vínculo de fachada é perda de tempo e energia. Mesmo que o nobre intuito de manter a instituição em nome dos filhos seja a justificativa. A infelicidade de um casal não é exemplo e nem seu lar é ambiente ideal para a educação de ninguém. Se há mesmo a tal incompatibilidade de gênios, vá lá! Que todos possam buscar a felicidade onde e com quem ela estiver. Mas ainda assim acho que tudo tem andado muito descartável nesta área. Tem gente pulando fora quando encontra os primeiros problemas. Como se a vida a dois fosse uma casa alugada: vizinhos chatos, obra em frente, está precisando de reformas – hora de mudar. Não é assim.Namoro é aluguel (perdoe o indesejável duplo sentido) e casamento é casa própria. Claro que tudo é ou pode ser finito mas a atitude tem que ser outra.

Homens se casam por cansaço e as mulheres por curiosidade e os dois se arrependem, diria Oscar Wilde, há mais de cem anos. Homens fogem do casamento como se fosse a morte e quando aceitam se casar acham que estão indo de férias para o Havaí com uma gostosa. Já as mulheres, frequentemente querem mudar a cor do cabelo, o tamanho do peito, a decoração da casa e parecem ser muito suscetíveis tanto à insegurança, quanto ao valor daquilo que conquistaram ou que é delas. Maridos, também? Achar sempre que pode melhorar não é o mesmo que viver se achando menos do que é e, por conseguinte, desvalorizando-se a si e ao seu amor, casa, trabalho etc. O “marketing” atual tem apostado nesta mulher que é um poço infinito de insatisfação e do homem que é um eterno adolescente. Os móveis das lojas mais populares não duram mais do que três ou quatro anos. É, curiosamente o prazo de muitos casamentos. Acabou a novidade, a mobília deu defeito, a possibilidade de viver coisas novas, tudo empurra o casal pra fora da vida a dois. Bobagem.

Trocar de relacionamento é duro, triste e pode, em muitos casos, causar arrependimento. Desistir do que se tem porque não é perfeito? Afinal, ninguém é perfeito e, nem por isso, devemos desistir de nós mesmos. Falei besteira? O amor precisa ser levado um pouco mais a sério!

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